Quase menina que sonha
E pinta o rostinho
E é personagem
Do seu teatrinho.
Única.
Sem platéia.
As luzes todas acesas.
Apenas fachos do seu olhar
Sobre o mundo.
Olha à si mesma...
Vestido de contas
Das estrelas tantas
Que ela, tonta, conta.
Pobre de si que sonha.
E olha o mundo
Na ponta do pé
E num instante seu
Já é bailarina.
Tão pequenina.
E verte notas musicais
Da música muda
Que apenas ela
Escuta.
E dança.
Quase louca.
Quase menina.
Quase inocente.
Única.
Sem platéia.
E sonha.

Karla Mello
06 de Março de 2014