O Eu Trindade
E eu queria, na verdade
Fracionar-me em três... Assim... como a santíssima trindade. Mas nada perto deste Mistério. Sou ínfima e não sei nada de mim. Mas talvez... através do meu Amor... Pudesse eu chegar a "tocá-la". O meu Deus é risonho e gosta de brincar! Então seria eu três pessoas. E uma ficaria com o pai... E nós conversaríamos muito e todos os dias. Assim... como temos feito ultimamente. A outra, ficaria com a filha... Que vai ser mãe e é cercada de figuras masculinas... Os homens não entendem absolutamente nada da maternidade, oras! A outra, então... o terceiro eu trindade... Seguiria em paz rumo ao outro lado do mar. E todas as chegadas do outro lado do mar... Seriam apenas feitas de amores e de só sorrisos! Difícil tem sido para o meu eu-um. Pequeno... E que sente muito. Tudo. Este meu eu que anda vestido ultimamente de amores molhados. E esta impossibilidade de trindade... Anda a tirar-me o sono! Debruço-me rasa sobre o meu Poeta... A mirar o azul profundo dos versos-vida seus. E pouso eu borboletinha de beijos... Sobre o amoroso ventre da filha-mãe. E eu queria tanto fracionar-me em três... E encontro-me eu tanto e sempre ultimamente... Com o meu nada de mim. Karla Mello 19 de Fevereiro de 2014
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 20/02/2014
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