do teu candeeiro azul...
de fato... como bem disseste-me hoje tu...
nós olhamos para o céu... e lhe dispersamos o olhar por um instante... e, ao olharmos o céu novamente... as nuvens não estão mais a ocupar o mesmo lugar. vou lembrar-me disto sempre... e até parece meio tolo o fato de querer lembrar-me... mas lembrar-me disto que disseste-me hoje tu... nos dias nublados do hoje... haverá de trazer-te à mim... mesmo que por instantes furtivos das nuvens passantes. mesmo que seja, ao passares tu... por entre as tantas nuvens do meu céu-solidão absoluta do depois. e esta tua relação com o azul... és poeta! e eu gosto de acreditar que as almas dos poetas são azuis... e até parece meio tolo nisto crer... mas acreditar nisso... neste teu azul... haverá de trazer-te à mim um dia... mesmo que por instantes profundos à mim... do meu encontro constante com os meus versos meio tolos. e eu gosto mesmo de acreditar no azul teu... e deixem-me em paz! o poeta tateia no escuro sem perder-se nunca! ou perde-se sempre... com propósitos que nem ele mesmo compreende... e nem almeja compreender! somente porque gosta mesmo de andar perdido. e hoje eu entendo, então... porque nunca acendeste o teu candeeiro azul. e me deste o teu candeeiro azul... imaculado da chama que nunca precisou nele arder. esta chama... trazes tu dentro de ti. e é a mesma chama oculta que flameja... nos versos tantos e és tantas pessoas! e que te conduz e "desconduz" sempre... no teu caminhar pela vida... em descompassos e passos azuis... em caminhos trôpegos e lúcidos sobre o alvo papel. e o candeeiro... quiçá continuará imaculado... sem necessitar da chama aquecedora de gente... e será, pois aquecedora de versos , mas tão meus... tão teus! num canto... e erguido! num dos meus poucos recantos mais belos... em meu peito guarda-dor de versos. Karla Mello 26 de outubro de 2013 http://karlamelopoemas.blogspot.com
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 26/10/2013
Alterado em 26/10/2013 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |