visita inesperada...
e eu nem sei dizer por quê
mas tens batido à minha porta insano! insana eu... que abro-a... e tenho-te compaixão. e quando saio de mim... e de ti... à fora... do meu amor por ti... vejo eu em graus de aumento todas as atitudes tuas... insano! probre de ti e de mim... que viver parco o teu... a espalhar o veneno que fazes tu questão de exalar... o de falsa felicidade... o de minutinhos torpes teus! falso moralista és tu! e embriagas-te com a tua solidão... creio eu ser o momento da tua doída lucidez... e cólera. pobre de ti e de mim... choro por ti... e por mim... tens entrado tu em meus sonhos... malditos! e revirado as fotografias embotadas de um falso amor... que nem as quero ver... estão todas congeladas! e sinto o frio dos momentos instanques das fotografias... da minha muita memória... do meu muito viver... e leio-o tantas vezes... o teu serzinho mesquinho... e a tua cabeça e idéias! e ideais tantos! ... ora... ora vejam só... és só. sou só de ti... no meu amor confuso a ti, cartas mexidas... não guardo nenhuma na manga e tu as guardas! jogas sujo e mentes e choras! sempre! e mendigas amores e joga-os fora! com a mesma paixão com a qual os mendigas... mentira! chove agora? ... não... não... só em mim... e é o terrível olor á minha volta... dum tempo de outrora do vapor de banheiro usado, junto com o teu cigarro e o teu jornal... e o teu banho esporádico. junto com as tuas tantas idéias ao mundo e sobre o mundo... e nenhumas mencionadas por ti sobre ti. só que és um grande sofredor... faça-me o favor! não tenho mais paciência e nessa hora eu cresci! e não acato mais os teus desmandos... nem de ti para mim... nem de ti sobre mim. e não és nada, a não ser mais um... abatido! foste tu abatido pela vida! e terminou o jogo das cartas tuas! e em tua manga? guardas apenas a memória dos teus mortos... e a tua solidão escolhida. ... encolho-me e tenho asco de mim... por amar-te tanto assim... e enxergar-te assim... com o olhar que me deste. o dás a todo mundo... o distribues... e por não querer eu que caibas mais em mim... não assim. ah... que pequena e miserável eu sou... saias já dos sonhos e pensamentos meus! e desejos de perdões que nunca acontecerão! tu não te perdoas e arrastas tu os teus grilhões... pesados... eu não quero arrastá-los contigo... perdoa-me... eu já arrasto os tantos meus... e perdoei-me tanto... e perdoei tanto... saias dos pensamentos meus de dores! imploro-te... ficas tu bem quietinho... nos bons pensamentos meus... de amores... daqueles... das nossas tantas fotografias embotadas... congeladas... congeladas em mim e eu acredito nelas todas... deixa-me... e, por favor... nunca ouses falar-me... que esses momentos todos nunca foram meus... nunca foram nossos... de ternos amores. Karla Mello 21 de Janeiro de 2013
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 21/01/2013
Alterado em 24/01/2013 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |