Sou bruxinha, sou bruxinha!
Mas não gosto de maldade!
Gosto mesmo de Amores!
Com gostinho de saudades!
Vou mexer a poção mágica!
Para espantar "olho gordo"!
E trazer Felicidades!

Com a colher de pau e o meu caldeirão!
E o meu preto gatinho
A espreitar... A anotar!
Raios e trovões se dão as mãos!
E misturo a minha poção:

Um cílio longo e humano
De todos aqueles que choram!
Uma pétala de flor caída
Dos corações onde moram!
Soprinho das crianças todas
Há de sarar toda a ferida!
Teia da amiguinha aranha
Tecida na lua cheia!
Para refazer todos os sonhos
Que desfizeram-se tal areia!
Do Outono, vento medonho!
Ventania forte sopre!
Para bem longe os agouros todos!
E traga encontros verdadeiros!
Do eclipse derradeiro!
Raios da estrela da manhã
Guardo na jardineira da rã!
Pra ela entregar ao vaga-lume
E que a sua luzinha seja lume!
Luz que aquece toda a lágrima que cái!
E transforme em linda flor!
Toda a dor!
Toda a dor!
Alakazam, Alakazum!
Que os humanos todos possam enxergar!
Que o nosso mundo é apenas um!

Com minha poção mágica concluida!
E despejada na boca mole dos duendes!
Posso agora brincar... ser borboleta a voar e a pousar!
E posso a você perguntar antes da minha partida:
Gostosuras ou Travessuras?

Karla Mello
31 de Outubro de 2012