Solidão.
Estou cansada da tua companhia.
Por vezes, até procuro-te.
Mas ficas por demais…
Rondas-me demais.
O que queres de mim?
Arrancar-me à força o que não quero sentir?
Fazer-me pensar sobre o que já guardei no sótão de mim?
Não sei se amo-te ou odeio-te…
Às vezes és tão boa companhia…
Mas hoje estou farta de ti.
Engordaste? … Estás mais pesada!
Como uma lupa. És tão exagerada.
Ou será que fui eu quem murchou…
E não te suporto mais em mim?
Solidão.
Transforma-te compaixão.
E deixa-me em paz.
Um fio de paz e quietude levezinha.
Hoje não preciso de ti.
Suplico-te apenas um tempo.
Um pequeno distanciamento.
Preciso de ar.
Refazer-me de ti em mim.
Fazer-me um pouco de companhia.
Esquecer-te.

Será que consigo lembrar-me de mim…
Sem ti?

Karla Mello
Outubro/2011