LUA NOVA
Hoje. Ontem distante. Perdí-me no vazio do tempo.
Hoje não tenho idade… mas sei bem quem sou. Só não sei o que eu quero. Só hoje. Quem sabe… O “Debussy” tenta ajudar-me… nas suas mais perfeitas notas. “Clair de lune”… Mas a minha é Nova. Escura. Ainda mais que estou tão desafinada… Faltando uma corda, uma nota… Só. Ora estou no ventre. Antes. Ora tenho apenas cinco. Dúvidas. Ora tenho apenas trinta e sete. Certeza. Ora vácuo. Nada. E tudo. A caneta… companheira e tradutora. Tradutora do que nem eu mesma entendo. Não entendo-me nunca. Apenas escrevo. Cansada disto. Vivo na linha tênue entre mim e o meu EU. EU… que nem sempre gosto de visitar. Dá trabalho… Tenho que carregar um candeeiro… Há espaços tão vazios… Outros os contradizem … extremamente cheios. Também de mim. “Clair de lune”… traz-me a tua luz. Ajuda-me. Ilumina a minha IN(existência)… onde a Lua, Hoje, é Nova. Karla Mello
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 28/04/2011
Alterado em 05/10/2017 Copyright © 2011. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |