Superfície
superfície
eu quero a superfície das coisas do mundo e de mim. eu não aguento-me debaixo da minha superfície insana e questionadora. duvidosa, ruidosa eu e o mundo e debaixo: tudo chora. debaixo da superfície eu não encontro mais quase nada. e, antagonicamente, vivemos todos na superficialidade das coisas e momentos, e pessoas. - copos descartáveis com bebida barata. superfície eu quero a superfície. ela não grita, não chora e não tem cor. é órfã tanto quanto eu sou. adaptável na minha egoísta e simplista superfície. … debaixo da minha superfície há uma mulher que chora e sente medo. sou um transeunte... na minha esquisita e colérica superfície. Karla Mello 11 de Janeiro de 2017
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 11/01/2017
Alterado em 11/01/2017 Copyright © 2017. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |