Karla Mello

Amar pode ser poço... Amar nunca será vão.

.. Escreve a Florbela Espanca .. "Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver e que nunca na vida me encontrou"
Textos

Febre
Cruzam-se os ponteiros do relógio
E ora é noite que perpassa o dia...
Sem nem sequer dar um bom dia.
E as minhas pernas cruzam-se e quase pensam.
Cruzam-se fronteiras e antevejo o abismo.

E esta febre que não passa.

Dedos por entre os meus cabelos
Embaraçados e ainda os pensamentos.
Cruzam-se pessoas nas ruas em passos apressados
E o Outono acaba de cruzar com o Inverno.
Folhas molhadas enfeitam-se ao assobio do vento

E esta febre que não passa.

Carros e pessoas avançam os sinais
Sinais ignoram a razão.
Sinais.

E esta febre que não passa.

Estúpidos ponteiros do relógio.
Vida estática na parede da quase morta:
Escuto uma febre insolente... que pulsa.

Karla Mello
21 de Dezembro de 2016
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 21/12/2016
Alterado em 21/12/2016
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