Incômoda Morta
Falo da morta
Justificada E que já não fala E que já não move E que já não faz Chorar. Falo da Viva Justificada Que trava A garganta, Os passos, As palavras, O abraço, A luta De todos os dias Com a morta: Insistente Incoveniente Incômoda e sem espaço Mas de dissimula-me E quer regaço. Falo da Viva Que ora e chora Sem cessar E ajoelha No silêncio Nas noites E desfaz-se inteira E sente pulsar-lhe A Vida. Galho seco A "musguear" verdinho Com água de choro - orvalho. E com O Beijo da Inocência ... Florescerá ... Florescerá. Karla Mello 04 de Julho de 2016
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 03/11/2016
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