Sela-me a Boca de Filha
Era abril
E selava a minha boca Da palavra mãe. Era chuva E fazia quinta feira. Era adeus. Era Deus. E fazia de conta eu Que não sabia. Era linda No verbo, ação e carne E era chão Estrelado meu. São dez anos E a dor é de hoje: Foste tu, anjo meu, ... Morar com Deus. O cheiro de banho teu Minha memória traz Voz calmaria sempre Beijo de anjo sinto Assim, de quando em vez A ternura da tua tez Num pouso breve de paz Nas noites minhas escuras E são tantas, mãe florzinha E eu queria apenas, um pouco De silêncio e colo teu E deixar que tu coloques Nos meus cabelos, as fitinhas. Eu nunca gostei das fitas Mas hoje te pediria Horas e horas de fitas. Somente para que eu tivesse A ternura do olhar teu Pausado dentro do meu: E pareceria tão demorado Tanto quanto a vida minha (Sem ti). Mesmo que fosse breve Tanto quanto a vida tua No planetinha Terra: amor sem fim. Eterna és tu em mim. Karla Mello 27 de Abril de 2015
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 28/04/2015
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