flores de maio
setembro...
me trouxeste duas flores de maio de mãe de amores. de irmão mais velho que importava-se comigo de longe - sempre perto a olhar-me de soslaio a educar-me e a fazer-me as tarefinhas de casa comigo... a explicar-me sobre o trovão que era apenas barulhinho que vem depois da luz das nuvens cheias d'água! paridas d'água! e a vida é ingrata... e a vida bifurca. sempre te amei, setembro... pois que me deste a flor mais bela a nuvem azul que ela mais gostava me deste um ventre desejoso um colo silencioso mãos que me afagavam e desembaraçavam tudo em mim. me deste um olhar que reconhecia-me sem eu nada precisar falar me deste aceitação de mim mesma um amor do jeitinho que sempre fui eu sem querer mudar-me em nada sem perguntar-me tanto e a perdoar-me e ensinar-me sempre com candura, doçura... sim! ... me deste um favo de mel! e eu - abelhinha a retornar sempre à mesma amorosa flor. hoje, não tenho muitas notícias dele... hoje... sei tudo sobre ela. sei inclusive que nasci para amá-la eternamente... e sentir saudades boas e não mais chorar... pois que ela é e nunca será "foi". Ela é... nas minhas preces Ela é... nas minhas reflexões dos meus atos. Ela é... na minha maternidade Ela é... no meu sorriso Ela é... nas flores que encontro Nas poesias que escrevo eu Nos meus sonhos e créditos meus... Ela é... permanentemente em mim. e como posso eu, então... andar a derrubar lágrimas por aí... se sei eu e sinto eu... que na minha estreita e escura vida é assim, por vezes... Ela sempre é?! alargando e iluminando tudo... nos meus horizontes - sol e luz para dentro de mim. Karla Mello 01 de Setembro de 2012
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 01/09/2012
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