filha tua, meu chão...
e quando eu daqui partir
no regresso à terra minha hei de acenar ao tempo da ausência tua - "casa" minha. e sem nada mais a chorar, e sem nada mais a calar, agradecerei a acolhida amigos fiz sem despedida. e libertarei do meu peito o sabiá e o meu cruzeiro do sul que fazem dos meus olhos brotarem rios da mãe d'água - oxalá! e exaltarei o meu cocar e as raízes que como eu lá as mesmas que me percorrem as veias e os pensamentos. e voltarei ao umbuzal à jaboticabeira de quintal ao caju e à manga madura dos mangues, o lamaçal dos rios que cortam a terra minha terra doce e minha imortal. e a mãe d'água há de abraçar a sua filha ao retornar e prender-me-á em seus cabelos e dar-me-á leite do peito para que nunca mais possa eu sair do seu colo tal adulta e me despir do seu ninar! sou criança tua, terra minha, meu chão! sou criança tua... trago a flor no cabelo o vestido de flores e a saudade trago ainda e novamente... os meus pés no teu - no meu chão. Karla Mello 08 de Junho de 2012
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 08/06/2012
Alterado em 06/10/2017 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |