Entre Dois Amores...
Maternidade minha
Sentimento que não coube a mulher em mim Coube apenas a mãe - plena... E sentia-me acompanhada e quase protegida. À mim nada faltava E sobrava amor - exalava cheiro de mãe Tempo de mim que coube apenas Lágrimas de agradecimentos Ao Criador. À cada mexida À cada sonho com o vosso rostinho... Eu não saberia escrever nada sobre a maternidade Sei apenas aproximar-me da tradução da minha Do estado de Graça que inavadiu-me E lapidou o Amor em mim E lapida a existência pouca e minha Quando olho nos olhos Dos meus filhinhos E encontro-me E perco-me de Amores E se choram, choro eu E se estão felizes, aquieta-se o meu coração E perdoo tudo e já nem lembro. Os vossos sorrisos são meus Só que mais frescos e vestem esperança E de uma ternura que nunca pude ter. Os vossos olhos - janelinhas da alma Também são meus Não nas cores... Mas na forma de olhar para a vida Para o próximo Para os bichos e natureza Uns são verdes tal o Rio Tejo Pois que não há uma vez que mire eu o Tejo E não mergulhe na minha saudade verde. Outros são castalhos... claros... E saltam luz desde meninos Luz que os olhos meus Talvez nunca tenham conhecido Eu dei à ela... A minha luz é dela. Maternidade minha Levarei eu estes amores que não traduzo Em meus versos Em meus sorrisos mais verdadeiros Em minha lágrimas sinceras Em minhas palavras de verdade Que necessito dizê-las E que, por vezes, machucam... E muito mais à mim. Peço perdão por isso... Peço perdão por ser mãe assim Por meus erros e descompassos de mim. Mas o meu Amor é tanto Que, se pudesse eu Viveria todas as dores vossas E vós, apenas colheriam as flores Do caminhar pela vida. As dores seriam todas para mim... todas. Sei bem lidar com elas. As flores e os amores... Todos correspondidos! E passarinhos coloridos! E banho de riachinho! E cheiro de terra molhada! E proteção e todo o Amor que houver no mundo... Nasceram para vos cantar e encantar. A vós... Meus amores eternos... Meus filhinhos. Fechem os olhos... Imaginem um enorme envelope Nele... Um arco-íris Borboletas azuis e inocência eterna. Sorrisos de criancinhas e algodão doce. Pássaros coloridos dos nossos domingos meninos. Balanço da beira da praia e hélice de avião. Fogos de artificio e fogueira de São João. Pipoca, sorvete, chiclete, infância no coração. Balões de aniversário, mágico, bolo de chocolate. O meu amor, o amor do vosso pai - eternos. O Amor das vossas avós que estão no céu. A fé... Em Deus, em si mesmos e na vida. Hoje... O presente é vosso. E todos os dias de minha vida - vossos. A minha gratidão, hoje, a Deus... Por ser exageradamente mãe De dois amores Exageradamente lindos... Em tudo. Deste Amor meu que aproxima-me... Do amor do Criador por nós. E que não necessito nada Nem dos amores vossos Apenas amo-os... à eternidade minha. Karla Mello 10 de Maio de 2012
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 10/05/2012
Alterado em 05/10/2017 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |