Tantos, Tantos Sóis...
escarra!
cospe em minha face, não me importo! não serás o primeiro a desfazer-se de mim. nesta vida, tantos nós tanto sós invento sóis em mim. não venhas falar-me de "coisinhas" tão pequenas e breves quanto a vida. some em mim a paciência pouca e não me comeve a tua voz rouca embargada e repleta de lamúrias. quando a minha voz já foi tão pouca inexistente e só. não gostas se rio-me da tua fraqueza? ergue-te em teu viver sempre amparado! eu não tive, não tenho amparo e vivo a amparar-me a mim mesma... sem sossego nem paradeiro. então aprende, respira, levanta-te! ergues tu a tua bandeira! demarca o teu território e dás tua vida por ele! pois debaixo deste sol que arde sobre todo o mundo não há apenas a dor tua... nem a minha. inventas tu o teu sol! eu... sou "dona" de tantos sóis! e, se um deles não brilha cantarolo eu o meu destino e danço a dança da chuva... e sou perto da loucura e sobrevivo! e tiro do bolso meu... o dos sonhos! um dos tantos sóis que guardo comigo e bordo-o... no escuro céu de mim... e eu... sou a minha própria luz. e não há outra. não há. Te permito, então, e até gosto: escarra! e alivia-te! Karla Mello 23/Abril/2012
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 22/04/2012
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