O Amor... beija-me para a morte
Sim… transformaste a minha dor em fé.
Na queda de braço… cedi. Cedi a ti… às tuas palavras doces Ao teu terno olhar de compreensão sobre o mundo Cedi ao teu silêncio. Embora ainda haja muito barulho para dentro de mim Cedi à tua compaixão por tudo. Por mim. Não uma compaixão que diminui Mas a que eleva o espírito Levada por tua mão que acaricia os meus cabelos E desalinha as minhas más lembranças. Danças comigo… flutuamos nos salões da vida Faz-me entendê-los. E não viver mais sentada na auto-comiseração Nem na culpa. Suspensa… apenas foi o que havia de ser. Cantas assim ao meu ouvidinho E levito… alma boa tua em mim. Porque és vento… e eu sou mar aberto Dás-me o ritmo… E dancemos a vida mais devagar. Porque és estrelinha… e eu sou a noite escura E bordas-me de sonhos bons E sinto-me enfeitada de luzes que piscam cores Todas as luzes… filhas do teu olhar para mim. Tu enfeitas-me. E oras por mim. Porque és parque colorido… e eu sou criança perdida E me convidas a esquecer dores antigas Com tuas cores e formas que convidam-me A apenas sorrir verdades. Porque és o Amor… e eu sou quem te ama E entro dentro de ti… envólucro do Amor Sinto-me tão protegida… e não choro. Porque és sono tranquilo… e eu sou a insônia E deitas-me no teu peito… calmamente. No nosso silêncio… escuto bater a porta da tua casa-coração É o vento… arejando-o… arejando-o. E o hálito fresco deste mesmo vento… Beija-me a boca como se eu fosse anjo E sou tua. Sou tua. Porque és o perdão… e eu sou errante. Deixa-me leve. Dancemos. Encha-me de luz. Enfeita-me. Balança-me no teu colo. Tal criança. Põe-me para dormir… Ama-me. Mas nunca pergunta-me demais. Nem tudo sei eu responder. Não sou anjo. Mas olha-me assim. Areja hálito fresco em meus cabelos. Beija-me como que para a morte. A morte… de não querer nunca mais acordar. Vivo pouco. Tenho a alma de passarinho. Karla Mello Fevereiro/2012
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 08/02/2012
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