Karla Mello

Amar pode ser poço... Amar nunca será vão.

.. Escreve a Florbela Espanca .. "Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver e que nunca na vida me encontrou"
Textos

Detalhezinhos...
A cinta-liga
Não fixa mais
Escorrega
Desce à perna.
O perfume…
Sentem apenas os passantes
Este teu vil olfato…
Não… eu sou a mesma.
Apenas murchei
Na tua retina
E apenas nela.
Tão efêmero…
Era para crescer asas
E voar…
Tornar-se amor
Mas veio com “defeito”
Estou sempre cercada
De defeitos teus
Inclusive os meus… tantos
Que não largam-me.
Estou sempre mudando-me. Inquieta.
Uso bilhetes, passagens, sandalinhas de couro.
Celas… apenas quando raramente
Vem buscar-me o branco cavalo alado.
Mas é tão raro…

Hoje faz Sol…
Creio que posso desfazer-me
De todas estas formas
De andar por aí.
Parei. Cansei.
Encontrei. Me.
Encontrei paz… no Amor.
Embora contraditório… não sei.
Usei a cela… desta vez.
E vou jogá-la
No poço
Dos desejos sem fim
De não mais
Ter que partir.

Mas… e se esta decisão não for minha?
Preciso saber…
Deste poço
Moço…
Se vai permanecer
Aqui.
Guardo, então…
Os bilhetes, passagens, sandalinhas de couro.
Mas… e a cela?
Bem… de certo não haverá mais
Cavalos brancos e alados.
Depois de tudo…
Estarei farta dele mesmo.


Karla Mello
Janeiro/2012
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 26/01/2012
Alterado em 05/10/2017
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