Da Janela Que Engoliu Um Bosque
Aprendi a conversar com o bosque.
Nos cumprimentamos, cedo, da minha Janela da alma que sempre está A orar e a cantar e a dançar! E a falar sempre sozinha, E ainda a cozinhar Pensamentos e comidinhas Orvalhadas de sonhar. Aprendi a conversar com os passarinhos. Nos cumprimentamos, cedo, da minha Janela do céu de minha boca Estrelada e que gosta de sorrir. E ainda de soprar mil beijinhos Bem para lá do além mar Repletos de Amor e carinho. Passarinhos sempre sabem, ao certo, Quando eu estou a falar de ninho. Sinto-me sozinha de gente. Perto - gente que engole gente, Gente que engole sonho, Gente que aborta gente Do coração... Sem ter noção... Do que aquece, em Verdade, um coração. E eu ando, assim, a residir embaixo Da sola do seu sapato – hiato Fendas, eu e tu e entre as palavras nossas O EGO de gente e sua dor é o seu Mundo cego, mundo mudo, mundo torpe... No seu solitário e triste vão recato. Silencio e piso devagar por entre as fendas - hiato. Aprendi a conversar com o bosque Nos cumprimentamos, cedo, da minha Janela ensolarada e fresquinha. Ele sempre me diz de lá, alegre e verdinho: - "Caminha firme... Caminha!" Sempre respondo a sorrir... Levezinho. Da minha janela que engoliu um bosque. Na minha janela aonde cabe um vasto Mundo... Da minha janela. Karla Mello
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 24/11/2016
Alterado em 25/11/2016 Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |