Karla Mello

Amar pode ser poço... Amar nunca será vão.

.. Escreve a Florbela Espanca .. "Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver e que nunca na vida me encontrou"
Textos

O Rei da Terra dos Sonhos
“Tenho” eu três criancinhas:
Duas grandes e uma pequena.
Lá na terra dos meus sonhos.
Na terra onde a maldade não entra,
Onde o sorriso, por tudo e por nada
É a senha das portas da entrada.

O meu netinho é o rei!
Linda criança linda!
E o meu coração é “um” seu ninho
E neste seu reino
Pode sempre toda a alegria!
E inclusive ser criança pra sempre.

Ah... Os vovôs são feitos para grandes molecagens!

(E tu já andas tudo!
Passinhos firmes pela casa!
E descobres tudo ao sabor de tua boca.
E comes tudo! … Comidinhas de crescer!
E escovas os dentinhos – são sete!
Com a tua amorosa mãezinha.
E descobres o mundo grande
- olhar atento do papai -
À tua volta e o enfeitas de sorrisos
Alvos e inocentes:
Com sete dentes-perolinhas!
Duas montanhas-bochechas!
De onde nascem dois soizinhos – luz olhar!)

Então algodão doce são copas das árvores!
Pipocas são flores antes dos frutos.
Arco- íris é ponte sobre o riacho
Onde os peixinhos são amigos!
E patos, gansos, toda a bicharada!
Fala conosco e dá muita risada!
Nuvens risonhas e barrigudinhas
Dão adeusinho de longe, sorrindo!
E fazem, cantando, chover sorvete!
O sol e a lua dividem o céu
E pode-se escolher o lado que se quer
Ficar por pouco ou por muito
Tempo! … Nós decidimos o tempo!
Não há medida de tempo!
A qualquer hora! Não tem hora!
E balanços pendurados nas estrelas!

O tempo é medido por abraços:
- Faz quanto tempo que não te dou um abraço?

Assim é a terra dos sonhos meus
Onde somos quatro crianças:
Eu e mais duas crianças grandes minhas.
E o meu netinho, rei do reino dos sonhos bons
Eternizado por uma mãe, por uma avó.
Esta terra. De todos os bons sonhos meus.
Esta terra. Onde eu desinventei o adeus.

.. para o meu netinho, rei da terra dos meus sonhos bons.
uma homenagem ainda aos meus filhos: crianças que "nunca crescem".

Karla Mello
12 de Outubro de 2015.
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 31/10/2015
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