o olho do índio.
a boca do negro.
o cabelo vermelho da "invasão".
furos e tintas:
enfeito os grilhões
da dor.
o sangue é guerreiro,
a chama é sedenta.
um pouco de "inferno"
que briga com a rezadeira
de mim.
danço pra lua,
filha dos rios.
pernambucanidade inteira:
eu sou brasileira.

um único choro
e dois são os meu lamentos:
até hoje devastam-te inteiros!
e em mim, apenas os teus
"fragmentos".

... salve todos os dias dos meus antepassados presentes sempre.
salve o índio!

Karla Mello
19 de Abril de 2015